domingo, novembro 09, 2008

Opostos

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Difícil ... fácil.
Errado ... certo.
Conceitos.
Pré-conceitos.
Idéias consolidadas de bancos de dados ancestrais, mutantes, pessoais e relativos.
Aquilo a que nos propomos alcançamos e ao que rejeitamos não nos dispomos.
Quando afirmamos “é difícil” confirmamos comando interior de insatisfação e desagrado, que representa: “Não gosto”, “não sei”, “não quero”.
Quando dizemos “é fácil”, nossa “mente” expressa sentimento de entrega e confiança em resultado – conhecido – de alegria e prazer, correspondente a: “Eu gosto”, “eu sei”, “eu consigo”.
Errado? – É o que contraria “minha” verdade. Certo é o que compactua com ela.
Feio é o que vai de encontro à visão de beleza que “acredito”. Belo é o que preenche as minhas crenças pessoais.
Mas ... podemos – devemos – rever conceitos, romper preconceitos, desfazer o padrão a partir de novas escolhas, mais lúcidas, perceptivas, adequadas à sensatez do coração.
Ter consciência de que o difícil pode tornar-se fácil e o errado certo e o feio belo é perceber além do que os olhos vêem e do que as aparências mostram. É transcender a razão – que pesa, mede e conclui.
O medo – que a mente cria e perpetua – compõe a matriz de todo fundamento da existência humana neste espaço-tempo. Impõe limites – entre a chegada e a partida.
Os olhos mostram imagens de separação, início das diferenças - oposição e supremacia e submissão e fronteiras e valores e guerras e sofrimento e miséria ...
O que os olhos vêem a mente confirma. Assim, somos únicos e vários e distintos.
O ego – forma-pensamento que coordena as ações humanas – impõe que o que acontece com “os outros” é problema “deles”. “Eu cuido de mim” – e dos “meus”. Concentro poder porque só posso confiar – absolutamente – em mim mesmo. Faço reservas porque creio no princípio da escassez – se partilhar ficarei sem (e esse é o maior de todos os medos).
Medo da perda, da dor, da solidão e da morte – o MEDO – torna o humano desumano – egóico –, incapaz de libertar-se das mensagens – da herança excludente de origens primitivas das cavernas – de ontem e de hoje.
O medo se presta a interesses servis e gera o apego que separa, dispersa, contrapõe, aliena, individualiza, subjuga, oprime, anula e infelicita.
O oposto do medo é o Amor – energia criativa e criadora –, consciência e unicidade, aceitação e entrega, expressão cotidiana do reconhecimento incondicional de Si e do respeito à diversidade, da aplicação do princípio da suficiência – distribuição equânime de realização e resultados –, da disponibilidade para a partilha e do exercício da paz interior.
Amor é tudo o que existe, o que faz com que seu oposto – medo – não possa existir.
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2 comentários:

  1. Joao, que lindo esta teu Blog...a leitura é gostosa e ao mesmo tempo muito consistente..Volto aqui sempre.Beijo querido amigo.Paz e Luz
    Sheila

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  2. que texto lindo!!! bjos nesse coração iluminado

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