sexta-feira, janeiro 30, 2009

O $istema

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Do surgimento da humanidade à formação de suas colônias sociais e econômicas, alimentação e proteção das estruturas – patrimônio – culturais constituíram-se pedra angular e razão de ser – e permanecer no mundo.
A religião – produto da inata dualidade humana – se impôs pela fé, se sobrepôs pela força e fragmentou-se pelo desconhecimento e aceitação de quase-verdades.
Não há religião quando o homem toma consciência de que não há o quê re-ligar. De que a separação não passa de mais uma das criações da mente – apropriadamente adequada ao $istema – tornada prisão sem grades, para subjugação do homem pelo homem.
A "religião" – sentido e crenças – tem no medo o seu instrumento de poder. Instituidora do “pecado” e do temor ao Inimaginável. Onipotente. Onipresente. Onisciente. Em prol – simples e claramente – de sua estrutura e expansão.
Haveria a Consciência Criadora de menosprezar ou desfazer ou, de alguma forma, prejudicar, ferir ou eliminar criatura Sua? – Para quê? – Para que haveria de tê-la criado então? – Que sentido teria tudo aqui?
Que mente insana teve por “inspiração” tal desvario, com poder de persuasão tamanho, capaz de se perpetuar no tempo e mantê-lo substancialmente impregnado no homem do século XXI?
O $istema – incorporado pelos clãs e, após, aperfeiçoado pela Igreja-Estado ou vice-versa –, em nome dessa potestade – irascível e déspota – separou, saqueou e dizimou um sem número de vidas – e ainda o faz –, em confronto a outros &istemas – com outras verdades e deuses.
Sua "evolução" salta aos olhos. Da pedra lascada à escrita e, ainda mais, da revolução industrial à globalização convergiram interesses e unificaram-se poderes.
Estados modernos alinham-se em blocos – protecionistas. Segregacionistas. Difundem e incutem a idéia do “regime e sistema ideais” – codinome “democracia capitalista”, mas não só essa – onde se entrelaçam religião, ideologia e poder econômico, que – obviamente – mantém incólume a estratificação, a subserviência e a escravidão – velada e revelada.
Democracia expansionista. Que se faz aceitar – por força da força.
A isso chama-se democracia?
Podem opulência e miséria conviver sem conflito?
Pode-se desconhecer a pobreza e a fome e o desespero em todos os quadrantes do planeta?
Pode-se fechar o vidro para não ver – ou olhar sem notar.
Pode-se mesmo ignorar a dor e o abandono, pois esse é o exato alheamento que o $istema acalenta e incute – sem compaixão. O $istema forja a hipocrisia, a perpetua e reverencia.
$istema – deus recriado para a prosperidade de uns e miséria de muitos – que sustenta o repreensível “sistema de castas” –, mantendo no ápice – da pirâmide – uns poucos privilegiados – escolhidos –, que refestelam-se sobre a imensa “massa” que os sustenta – comprazendo-se com sua opressão e agonia.
Esse o $istema que rege o mundo dos homens. Representante da promessa – inatingível – de liberdade e justiça – para todos –, pelo preço – “simbólico” – de submissão ao seu jugo e a suas regras.
Apesar de toda estrutura e poder arregimentados através dos tempos, o $istema permite ver que a força – bélico-econômica – não detém o condão de conferir segurança – ao contrário, cultua e semeia o medo e a revolta e, por isso, não é capaz de estabelecer equilíbrio e paz entre os homens.
Equilíbrio e liberdade e justiça e paz que tanto se luta para encontrar, sem que jamais sejam alcançados – sendo esse mesmo o seu objetivo oculto.
O $istema representa, em suma, o nível de consciência em que se encontra a humanidade – cada um de nós –, a maneira como decodifica sinais, organiza pensamentos, se relaciona e realiza no mundo das formas.
O progresso alcançado é, no entanto, mais que suficiente para garantir os elementos necessários à manutenção da humanidade e da vida na terra – com generosidade desmedida –, cabendo ao homem decidir – com consciência – os caminhos de sua evolução – pessoal e espiritual –, com a certeza de poder – a cada passo – fazer melhor do que jamais antes.
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2 comentários:

  1. Amigo! Maravilhoso esse puxão de orelha. Todos os mestres batendo na mesma tecla e as pessoa sem ouvido para ouvir e sem olhos para enxergar, todas surdas e cegas para Verdade Absoluta.
    Querido, vou lhe mandar meu blogger
    e pedir para você ir lá dá sua opinião, estou divulgando os ensinamentos que o Maha deixou.
    Luz e paz!
    Enilda Dantas.

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  2. ...enquanto presas da matéria,
    todos seremos reféns de algum
    tipo de crença.

    e as usamos justamente para
    tornar o jugo mais leve,
    na ilusão de que isso
    seja possível.

    poucos os que entendem a
    seriedade do viver consciente.

    do poder que Deus nos dá
    em cada amanhecer,
    e com isso traçarmos os
    nossos próprios caminhos.

    fora isso,
    o $istema nos escraviza.

    e as religiões são oportunistas
    neste quesito.
    diria até, que são o câncer
    da sociedade aprendiz.

    bjuss

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